Violento, sombrio e fantástico!
Soulsvania – termo usado para descrever jogos Metroidvanias com estilos mais sombrios, puxados para o Dark Souls. Não curto muito o termo “Soulsvania”, acredito que Metroid e Castlevania são o suficiente para descrever a modalidade; são jogos difíceis e com temas sérios, mas já que o povo tá inventando moda, vamos lá!
Soulsvania, Soulslike, Soulsborne… que seja! Blasphemous veio somar à nossa pilha de jogos maravilhosos!
Não só maravilhosos, como também super difíceis. Confesso que levei um tempo pra aceitar a movimentação do cenário, é um jogo de paciência, não adianta sair pulando e dando espadadas no ar. Apesar de ser um metroidvania, você não está jogando Hollow Knight, os lifes são escassos, e os inimigos não perdoam de jeito nenhum. Cada “beliscão” que você leva dos monstros é uma boa parte da sua saúde que é perdida.
Mas Blasphemous surgiu de um Kickstarter, em 2017, com uma pegada extremamente sombria, supersticiosa e profana. Desenvolvido pela Espanhola The Game Kitchen e publicada pela Team17, o jogo se passa na terra de Cvstodia, que foi baseada em Sevilha, na Espanha, e a maior parte dos cenários saíram de pinturas como essa de Francisco de Goya:
Falar sobre “O Penitente”, nome dado ao protagonista do jogo, é bem complicado, pois ele possui diversas referências históricas, que envolvem religião e crenças. Serei bem raso nessa parte, falarei apenas o básico para te convencer a jogar! (Mas não deixem de reparar nos detalhes, por exemplo, o chapéu que o pessoal do quadro acima usa).
Nosso Penitente é um cara misterioso, porém, determinado a cumprir seu objetivo. Para isso, ele possui uma árvore de habilidades curiosa. Já que temos esse viés religioso, o estúdio mostrou uma criatividade fantástica ao inserir seus upgrades de habilidades em um Rosário, onde cada conta é uma melhoria. Temos altares de oração onde salvamos o progresso do jogo e recuperamos nosso life, e orações, tidas como nossos poderes, que, quando utilizadas, devastam os oponentes.
Mas pera lá, não vá nessa achando que terá um RPG complexo e cheio de builds, pois infelizmente o game para por aí. Apesar das melhorias de ataques e habilidades, não é possível montar diferentes combinações de acordo com a sua jogabilidade.
Mas isso não impede de Blasphemous ser um dos melhores indies de 2019. Gosto de pensar assim: curte metroidvania? Então vá na fé e na certeza, esse aqui fará você perder horas andando e morrendo atrás de missões secundárias.
Um bom nível de dificuldade nunca fez mal a ninguém, então, encare alguns monstros, decepe alguns membros alheios; você irá se deliciar com a pixel art do jogo.
Apesar de ainda não ter terminado os 100% , fiquei extremamente satisfeito com o progresso e com o rumo. A história, apesar de ser contada aos poucos, é bem interessante, e se você curte uma imersão, essa é a hora pra colocar seu latim no papel.
Joguei uma cópia para Nintendo Switch. Quando fui checar sua nota no Metacritic achei uma diferença bem grande para versões de outros consoles; as principais reclamações foram FPS e bugs. Não presenciei nenhuma queda ou alteração de FPS enquanto joguei, muito menos me deparei com algum bug.
Não pense que Blasphemous não está nas listas de Speed Runs por aí; segundo o site Speed Runs, o usuário AcridStingray3 bateu o game em 18:24!!
Agora crie coragem e encare o mundo sombrio de Blasphemous e nos conte o que achou!
Até o próximo!
Essa cópia para Nintendo Switch foi gentilmente cedida pela Team17 para o review!